Duplicação do Contorno de Pelotas poderá atrasar - Por: Michele Ferreira
A decisão do Ministério dos Transportes de suspender por 30 dias todos os procedimentos licitatórios de projetos, obras e serviços de engenharia em curso poderá atrasar o começo da duplicação do chamado “Contorno de Pelotas” - da ponte do Retiro, na BR-116, à ponte sobre o canal São Gonçalo, na BR-392. A empresa vencedora já está definida, mas o contrato ainda não foi assinado. O ato deveria ocorrer, no máximo, até o início de agosto. Na quarta-feira (6), a regra era medir palavras e usar de cautela ao falar sobre como a sindicância interna para apurar um suposto esquema de corrupção no Ministério poderia impactar investimentos previstos e em andamento.
A supervisão dos trabalhos que estão por vir no lote 1 e a elaboração dos laudos para desapropriação de terras - necessária para execução de obras do Contorno - ficam, sim, proteladas. As empresas interessadas em se habilitar à concorrência pública entregariam as propostas no dia 14 deste mês. Com as licitações interrompidas, o compasso é de espera.
O superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Estado, Vladimir Casa, foi sucinto ao conversar com o Diário Popular. Segundo ele, estão aguardando instruções de procedimentos a adotar. Ainda não receberam nada de forma clara e precisa, afirmou. Questionado sobre a possibilidade de o projeto de duplicação da BR-392 sofrer alterações que reduzam o número de pontes, viadutos e passagens de nível previstos, o engenheiro disse não ter informações nesse sentido. Não receberam nenhum comunicado oficial.
Contorno de Pelotas
O investimento de R$ 479 milhões inclui a duplicação de 24 quilômetros e está inserido dentro de um projeto maior, que visa à duplicação do eixo rodoviário Porto Alegre-Rio Grande, o chamado corredor de exportação, por onde trafegam em torno de dez mil veículos por dia. Para evitar um colapso nos próximos anos, quando o fluxo diário deve atingir os 16 mil veículos, a ampliação é imprescindível. É nesse contexto que entra o chamado “Contorno de Pelotas”, ou lote 1 da duplicação da BR-392, em que estão - ou estavam - programados dez viadutos e três pontes.
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