domingo, 7 de agosto de 2011

Tablets no lugar dos rádios nos táxis

Taxistas trocam rádio pelo tablet

Clientes corporativos como eles estão no radar de fabricantes e empresas de telefonia - 05 de agosto de 2011 | 23h 00
Naiana Oscar, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - A sede da Coopertax, na zona leste de São Paulo, ainda é improvisada: as telefonistas e a diretoria estão instaladas no puxadinho de um posto de gasolina desativado, que hoje serve de estacionamento coberto para os taxistas cooperados. A estrutura precária do lugar esconde uma façanha desse grupo de 550 motoristas: eles são os taxistas mais digitais e tecnológicos de São Paulo. Há dois meses, todos trocaram os rádios por tablets dotados de um aplicativo personalizado, que recebe e monitora os pedidos de clientes.
A ideia surgiu depois que a diretoria da cooperativa percebeu a necessidade de modernizar seu sistema operacional. Consumidores habituais de tecnologia, os diretores foram buscar a solução numa feira de mobilidade na Alemanha. Lá, descobriram que os tablets podiam ajudar.
De volta ao Brasil, os taxistas procuraram uma empresa que desenvolve softwares para cooperativas de táxi e encomendaram um aplicativo. "O rádio ficou obsoleto para o número de chamado que recebemos - são em média 4 mil por dia", diz Daniel Salles, presidente do grupo, que espera faturar este ano em torno de R$ 40 milhões.
A decisão desses motoristas de trocar os aparelhos de comunicação por plataformas mais modernas veio ao encontro do interesse das fabricantes de tablet e das operadoras de telefonia de ganhar mercado no segmento corporativo. Sem dificuldades, os taxistas fecharam um plano com a Vivo e conseguiram a ajuda da Samsung para melhorar o programa.
A companhia sul-coreana mantém uma estrutura de 150 engenheiros no centro de pesquisa de Campinas (SP) para desenvolver aplicativos e dar suporte a quem desenvolve. "Metade das empresas que já usa tablets optou entre uma marca a outra por causa do aplicativo", diz Silvio Stagni, vice presidente da divisão de Telecom da Samsung, ao justificar o interesse da empresa em oferecer programas personalizados para empresas.
Os consumidores comuns, segundo o executivo, compram um aparelho como esse basicamente para consumir conteúdo e acessar e-mails. As corporações querem levar para o tablet as tarefas do dia a dia.
Foi o que os taxistas conseguiram fazer. Antes de ter um Galaxy da Samsung, Reginaldo Assis, de 38 anos, passava o dia no rádio com as operadoras, que lhe diziam para onde ir, quem atender e a que horas. "Tinha sempre um gravador no carro porque não dava para anotar os chamados dirigindo", lembra. Agora, ele chega a ficar o dia inteiro sem falar com as telefonistas.
Códigos como QSL, QRU, QTH e TKS já não são mais ouvidos pelos passageiros durante o trajeto. Assis e os colegas acompanham as ordens de serviço pelo tablet. Com a localização de todos os taxistas, o aplicativo envia o pedido para o que estiver mais próximo do cliente. Com um comando de voz, é possível acionar o GPS e definir o trajeto. "Na primeira semana, um cooperado veio aqui devolver o tablet e disse que ia largar tudo porque aquele aparelho não servia para ele", lembra Daniel Salles.
Aos poucos, com mini cursos e assistência individual, até os taxistas mais velhos conseguiram se acostumar com a nova tecnologia. "Quebrei a cabeça, mas depois de muito fuçar consegui aprender", diz João Virgulino, de 65 anos , taxista desde 1973.
Motoboys. Com os tablets, a cooperativa pode reduzir o quadro de operadoras de rádio: eram seis por turno e agora são duas - acionadas quando há perda de sinal ou dúvida na utilização do programa.
A empresa de software que desenvolveu o aplicativo para os taxistas já negociou o programa com outras duas cooperativas de São Paulo, uma do Nordeste e outra do Sul do País. De olho no mercado, os programadores estão desenvolvendo também softwares para motoboys. "O futuro está nos tablets e nos smartphones" diz Davi Paulo Alexsiei, dono da Unica, empresa que desenvolveu o aplicativo para os taxistas. "Queremos sair na frente."
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